quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Fungos radioautotróficos





Com níveis mortais de radioatividade, a usina de Chernobyl, na Ucrânia, é um dos lugares mais contaminados e perigosos do planeta. Mas nas ruínas desse inferno nuclear está nascendo uma criatura bizarra: um fungo que come radioatividade. Ou melhor, não apenas um: pesquisadores dos EUA descobriram que há 37 espécies mutantes crescendo em Chernobyl. Elas foram descobertas numa inspeção de rotina, quando um robô vistoriava o interior da usina e encontrou uma meleca preta crescendo pelas paredes do reator 4 – o mesmo que explodiu e provocou, em 1986, o pior acidente nuclear da história. Como é possível que, além de sobreviver à radiação, algum ser vivo consiga se alimentar dela? “Nossas pesquisas sugerem que os fungos estão usando um pigmento, a melanina, da mesma forma que as plantas usam a clorofila”, diz a cientista Ekaterina Dadachova



                Ou seja, os fungos fazem uma espécie de fotossíntese, porem, ao invés de fótons (partículas de luz) utilizam partículas alfa (partículas de radiação), numa espécie de “radiossíntese”, e, ao invés de utilizar a clorofila (pigmento da planta) utilizam melanina (pigmento que, na maioria dos casos, protege contra a luz solar)

                 Estudos feitos no Albert Einstein College of Medicine, na Yeshiva University, em Nova York, Estados Unidos, mostraram que três fungos que contêm melanina, Cladosporium sphaerospermum, Wangiella dermatitidis e Cryptococcus neoformans, aumentaram sua biomassa e acumularam acetato mais rapidamente num ambiente em que o nível de radiação era 500 vezes mais alto que o normal. A exposição das células de C. neoformans a estes níveis de radiação alterou rapidamente (de 20 a 40 minutos de exposição) as propriedades químicas da sua melanina, e aumentou as taxas de transferências de elétrons mediadas por melanina (medidas como redução do ferrocianeto pelo NADH) em três ou quatro vezes, comparado com as células que não sofreram qualquer tipo de exposição.2 Efeitos similares sobre as capacidades de transporte de elétrons da melanina foram observados pelos autores destes estudos, após a exposição à radiação não-ionizante, indicando que os fungos melanóticos também poderiam utilizar a radiação da luz ou do calor para o crescimento.

                Será que, como num filme de terror, os monstrinhos atômicos podem sair da usina e se espalhar pelo mundo? Eles podem escapar do mesmo jeito que entraram, passando por brechas e rachaduras nas paredes. Mas, sem radioatividade para comer, não se dariam bem fora da usina. “Geralmente, os organismos que conseguem se sair bem em um local extremamente hostil têm dificuldades em outros ambientes”, diz Mousseau. Porem como citado anteriormente, os fungos que contem melanina também poderiam sobreviver utilizando a radiação da luz ou do calor, ou seja você nunca mais deve olhar para um cogumelo da mesma maneira ...
Autores: Brian W. Freitas e Guilherme H. Bittencourt
fontes: Wikipédia, Superinteressante, prof.ª de química (Talita), Einstein e meu vizinho ( huehue).    
               

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