Com níveis
mortais de radioatividade, a usina de Chernobyl, na Ucrânia, é um dos lugares
mais contaminados e perigosos do planeta. Mas nas ruínas desse inferno nuclear
está nascendo uma criatura bizarra: um fungo que come radioatividade. Ou
melhor, não apenas um: pesquisadores dos EUA descobriram que há 37 espécies
mutantes crescendo em Chernobyl. Elas foram descobertas numa inspeção de
rotina, quando um robô vistoriava o interior da usina e encontrou uma meleca
preta crescendo pelas paredes do reator 4 – o mesmo que explodiu e provocou, em
1986, o pior acidente nuclear da história. Como é possível que, além de
sobreviver à radiação, algum ser vivo consiga se alimentar dela? “Nossas
pesquisas sugerem que os fungos estão usando um pigmento, a melanina, da mesma
forma que as plantas usam a clorofila”, diz a cientista Ekaterina Dadachova
Ou seja, os fungos fazem uma espécie
de fotossíntese, porem, ao invés de fótons (partículas de luz) utilizam partículas
alfa (partículas de radiação), numa espécie de “radiossíntese”, e, ao invés de
utilizar a clorofila (pigmento da planta) utilizam melanina (pigmento que, na
maioria dos casos, protege contra a luz solar)
Estudos feitos no Albert Einstein College of
Medicine, na Yeshiva University, em Nova York, Estados Unidos, mostraram que
três fungos que contêm melanina, Cladosporium sphaerospermum, Wangiella
dermatitidis e Cryptococcus neoformans, aumentaram sua biomassa e acumularam
acetato mais rapidamente num ambiente em que o nível de radiação era 500 vezes
mais alto que o normal. A exposição das células de C. neoformans a estes níveis
de radiação alterou rapidamente (de 20 a 40 minutos de exposição) as
propriedades químicas da sua melanina, e aumentou as taxas de transferências de
elétrons mediadas por melanina (medidas como redução do ferrocianeto pelo NADH)
em três ou quatro vezes, comparado com as células que não sofreram qualquer
tipo de exposição.2 Efeitos similares sobre as capacidades de transporte de
elétrons da melanina foram observados pelos autores destes estudos, após a
exposição à radiação não-ionizante, indicando que os fungos melanóticos também
poderiam utilizar a radiação da luz ou do calor para o crescimento.
Será que, como num filme de
terror, os monstrinhos atômicos podem sair da usina e se espalhar pelo mundo?
Eles podem escapar do mesmo jeito que entraram, passando por brechas e
rachaduras nas paredes. Mas, sem radioatividade para comer, não se dariam bem
fora da usina. “Geralmente, os organismos que conseguem se sair bem em um local
extremamente hostil têm dificuldades em outros ambientes”, diz Mousseau. Porem como
citado anteriormente, os fungos que contem melanina também poderiam sobreviver
utilizando a radiação da luz ou do calor, ou seja você nunca mais deve olhar
para um cogumelo da mesma maneira ...
Autores: Brian W. Freitas e Guilherme H. Bittencourt
fontes: Wikipédia, Superinteressante, prof.ª de química (Talita), Einstein e meu vizinho ( huehue).
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